sexta-feira, novembro 03, 2006

meninos e meninas

Na esquina da alameda com a rua do cemitério, jovens vestindo preto, bêbados de vinho barato sob coturnos surrados com unhas e olhos pintados procuram amor. Baixo o negro céu da metrópole cinza e suja de noites quentes em botequins cheios de viciados. Nomes e artes estranhas estampadas nas camisetas pretas dos Toreadores errantes das praças públicas dos subúrbios calados de casas coloridas e santos em altares de luzes vermelhas. Cheiro de urina nas calçadas de toda cidade de jovens perdidos e desiludidos que bebem vinho barato e cantam melancolicamente canções divertidamente fúnebres nos deprimentes encontros nos bares, no cemitério ou nas esquinas. Sob as tumbas, orgias, drogas e melancolia e vida e onda e corpos decrépitos de odores nauseabundos cheio de sexo mórbido dos poucos pelos pubianos. Corpos entrelaçados, bocas e genitais tais quais em caixas de carne fresca e experiências dolorosas de prazeres bizarros das noites na esquina da alameda com a rua do cemitério onde pára o velho do opala verde musgo que procura jovens de dezesseis anos bêbados de vinho barato com calças apertadas que nada interessam as meninas drogadas de cabelos tingidos de cor vermelho sangue.Meninos querem fazer amor, meninas querem fazer amor. Meninos e meninas parados na esquina suja fedendo a urina. Esperam por algo, alguma coisa, alguém que leve que pague que chupe que faça que mate, mate a careta realidade dos dias ensolarados dos subúrbios de gordas falantes da metrópole distante das cores da vida dos pobres e errantes pais dos jovens perdidos que nos dias são filhos e nas noites são bandidos prostituídos que nada e ninguém sabe ou finge não saber.

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