quinta-feira, abril 09, 2009

Doce Espera

O FUTURO NAO ESTAVA LONGE
ESTAVA ALI NA ESQUINA
PERTO DA AGONIA
DA ESPERA DOCE
VENDO SONHO CONCRETIZADO
COM UMA HORA DE ATRASO
PARA ENFIM NO CEU CHEGAR
VIAJANDO NO VENTRE DE GAIA
NO OLHO DO DELIRIO
DO FURACAO DA MENTE
BRINCANDO COM O TEMPO
FUTURO COLORIDO HOJE
FUTURO COLORIDO AGORA
FOI NECESSARIO OUVIR
PARA PODER SORRIR
E PRECISO MUDAR
PARA O CEU ALCANÇAR
INJETAR FELICIDADE
PARA COLORIR
A AGONIA REFLEXIVA
MORTA PELO FUTURO
QUE ESTEVE ALI
E...AGORA ESTA EM MIM
DE CERTO POR POUCO TEMPO
ENQUANTO TENTO
ENTENDER O AMOR
ESCONDENDO A DOR
NO GUETO ESCURO
DO TEMPO DA MENTE
DESGOSTOSA DA ROTINA
QUE ASSASSINA
TODA COR
FUTURO COLORIDO HOJE
FUTURO COLORIDO AGORA
AGONIA DA DOCE ESPERA
PARA COLORIR O AGORA
E CHAMAR HOJE DE FUTURO.

mentiras

Perdoa-me,
Perdi o pouco que sabia
Nao poderei ajudar
Na verdade guardei
em algum lugar
Um lugar que nao lembro
Nao sei porque escondi
Talvez;
Freud explica!
Até mesmo porque
nao lembro
o que foi que guardei
Entao nao me obrigue
Nao lembro o que é
Nao lembro onde foi
Só sei que existiu.
Nao ha de dizer que existe
Nao sei de nada
E nao juro a nada
Pois nao acredito em Deus
E tao pouco na sua verdade
Afinal,
Nao acredito nem em mim
Mentiras sao cheio de verdades

Perdi o pouco que sabia.
E...............................................
Re-aprendizagem
Aprender de novo
Nao acredito nisso
Nao acredito em recomeço
Nao acredito em nada que comece com
Re
Nem em minha irma_Renata
Acredito apenas no novo
Em olhar no passado e ver
O que eu ou voce
fizera de errado
Porem, tambem nao acredito
que fora errado,
seja errado o que fora
Mas ainda assim acredito
Em aprender o novo.
Mas nem por isso irei jurar
Ou mesmo dizer que eu tento.
Direi apenas:
_Meu amigo, continuo a procurar.
Porque sei que um dia poderei achar em algum lugar
Aquilo que perdi e nao sei nem mesmo
te falar.

Mentiras nao podem ser muitas
Mas fazem parte de toda ficçao
se nao
A realidade ficará além.

Odores

Num porao da Calle Florida
Derreti o gelo do sentimento
Fervendo em tropicalidade
A America temperada.

Apenas boas recordaçoes
Tenho condensado em memoria
O sexo pelas narinas
Recordaçoes de uma breve vida

Banheiros e moteis baratos
Mofo, urina, fezes e sexo
Tabaco, Maconha e sexo
Alcool, suor, cheiro de sexo.

O sótao dos odores e recordaçoes
Ayacucho de curtos amores
Festas, embalados e impalados
Ainda sinto o cheiro de Balsero.

O suor exala alcool e sexo
As onze da manha de domingo
Na cozinha do conjugado
Quatro corpos ácidos.

Um beijo um perfume
Buenos Aires querido
Em plena Siqueira Campos
Quinze minutos de extase.

Banheiro de conjugado
Ladrilhos velhos e encardidos
Mofo, gozo em sexo aflito
Cheira a passado.

Espirra pela cerne éboni
Todo prazer de uma noite
Sem cheiro de merda
Com esperança fraudada.

Minha cama geme
As sete da manha
Em úmidos lençóis
Que cheiram a suor.

Entre pólos comuns
No centro da Terra
Abaixo dos genitais
A memoria conduz
Breve o passado que fora.

Aurea

Oito anos antes da morte de Aurea
Alice fora feliz
Sorria quando andava pela avenida
Vestida de chita
Estampas tropicais
Alice usava sapatos cor rubi
Cintilava como a fé
Da velha Aurea
Cuja a fragil compleiçao
Escondia a força
Da crença de seus noventa e dois anos

Nove filhos, Dezesseis netos
Quatro bisnetos
E Alice

Agora perdida.

Púrpura em divina
Aurea de Aurea
Irradiava de sua mente brilhante
Da consciente humildade
Da vida bem vivida
A beleza da ignorância
A sabedoria da fé
Humana
Que vira os dias de uma longa vida
Sentada na cadeira de vime
Na varanda de casa
Rezando e pedindo o bem de todos
Falando de vizinhos para vizinhos

Alice perdera Aurea
Encontra maltrapilha e desbotada
Anda pela rua de barro
Pensa no que fez ontém
Nao lembra o que foi
Nao lembra mais de nada
Perdeu a inocencia
A fé que fora herdada
Agora jogada
As aranhas de marte
Que gritam ruidosamente
É hora de Liberdade

A boa fé morreu
Restaram apenas lembranças
Da época de criança
Dos dias quentes no subúrbio
Sentado na varanda
Enchendo-se de sabedoria
Da velha Aurea
Aurea chamada esperança
Que morrera para Alice
Re-colorindo a vida
Borrando sonhos
Enterrando segredos
Abrindo portas

Alice nao sabe onde ir
Pensa pensa e pensa
Se viverá tanto quanto
Aurea e seus noventa e dois
Anos de dedicaçao
Ao amor cristao
Desconhecido de todos
Falado por muitos
Conhecido por Alice
Que mesmo perdida
ainda imagina
Encontrar sua fé inocente
Numa das portas da vida.