quarta-feira, março 21, 2007

O mundo que eu sonhei, você não estava lá
As ruas pelas quais andei continuam suja
Até agora, até agora, até o amanhã em meia hora
O drink que eu tomo estava azedo e seco
Nenhuma gota que lembrasse sangue
O resultado do teste de ontem foi antes de ontem
3000km de loucura sob a neve tropical
Alucinações, positivismo barato e capitalista
Prestações de pessimismo e taxa única de anarquismo
Pancado pelo refrigerante que cheira a vagina
Cachaça cai boca, dedos e língua
Perverso e cruel e mais dezesseis facadas
Matem a arrogância do proletário francês
Um brinde a prepotência ignorante de pescoço vermelho
Miúdos são os germes no deserto tropical
O mundo que eu sonhei, você estava lá
As paredes que estou subindo para baixo vão dar
Meus óculos de sol estão quebrados
É o dia, e está quente,e as cores estão cegando
Quem acerta o caminho?
Existiu algo de bom...Não sei onde foi parar...
Keith Haring
O conhecimento é uma ilusão, a única relação do homem com o mundo possível é a estética.

Apenas ser...

Apenas ser...

Pensar crer e ser
Nada ou tudo que você pôde ler
Acreditar que ser é apenar ser
Sendo difícil viver para ser

Acordado calado temeroso
E o vento...
Dormindo fugindo feliz
E sonhar...
O que poderá ser
Onde poderás chegar

Observar a luz e as cores vivas
No sonho mórbido da paz
Sem equilíbrio
Curvado ao nada para tudo ser

Perdido contente por nada ser
No mundo que nem paz pode se ter
O vento que é quente,
resseca
A carne que é podre,
Também cega
E os caolhos míopes que já são
TUDO
Onde se briga diariamente para apenas ser
Apenas, são!

terça-feira, março 20, 2007


A noite não tem mil olhos como disse Coltrane e sim milhões de olhos incandescentes e reluzentes na infinita escuridão das noites mórbidas, bárbaras e frias.
Belos olhos de prata que observam e riem da sua cara como se transformam em poeira quando morrem de rir de mim.
Acompanhado por dois ociosos tragos de prazer por estar solitário; na verdade mais que bem acompanhado e, localizado num mundo onde beira o precipício da loucura.
As cores são lindas quando estão lá na natureza que é exuberante por excelência. Para isso vive-se o dia, onde impera o imperador dos imperadores imponente e radiante.
Trancado numa sala de três paredes de concreto e uma de vidro, num frio de quinze graus, não estou só. Enquanto isso sofre os pobres inocentes que são errantes, porém felizes lá fora que é sujo e degradante.

sexta-feira, março 09, 2007

Um instante (Ferreira Gullar)

Ferreira Gullar

Um instante

Aqui me tenho
Como não me conheço
nem me quis
sem começo
nem fim
aqui me tenho
sem mim
nada lembro
nem sei
à luz presente
sou apenas um bicho
transparente

quarta-feira, março 07, 2007

Francisco de Goya (1746-1828) Los Caprichos No. 43: The sleep of reason produces monsters



segunda-feira, março 05, 2007

Regina Silveira

Regina Silveira
Gafas (Serie Eclipses), 2003,
Porto Alegre, RS, Brasil, 1939Vive e trabalha em São Paulo, Brasil
Regina Silveira graduou-se no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1959-60. Em1980, obteve o grau de Mestre na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA), onde tambem concluiu seu Doutorado quarto anos depois. Ela recebeeu bolsas da John Simon Guggenheim Foundation em 1990, da Pollock-Krasner Foundation em1993 e em 1994 da Fulbright Foundation. Em 2000 recebeo o Premio Sergio Motta para Arte e Tecnologia. Ela participou da 1st Havana Biennial, Cuba em 1984 e da Bienal de São Paulo em 1981,1983 and 1998. Foi convidada an participar em exposições coletivas como a 7th Triennial of India, em New Delhi (1991), Re-Aligning Vision: Alternative Currents in South American Drawing no Miami Art Museum, Florida, USA, (2001) e Brazil Body and Soul, no Guggenheim Museum, New York (2001). Entre as coletivas internationais recentes estão We Come in Peace… - Histories of the Americas, no Art Musée Contemporain de Montréal, Québec Canada (2004), Estratégias Barrocas - Arte Contemporânea Brasileira no Centro Cultural Metropolitano de Quito, Ecuador (2004), Trienal Poli/Gráfica de San Juan, em Puerto Rico (2004) e A Shadows, no Vestsjaellands Kunstmuseum, em SorØ, Denmark (2005). Recentemente mostrou a instalação INTRO na coletiva brasileira Corpos em Movimento, no la Mediatine, Cultural CenterWoluve Saint-Lambert, em Bruxelas,Belgica e Irruption, na exposição Indelible Images, no Museu of Fine Arts, em Houston, Texas.. ..
No Brasil, suas obras foram mostradas em Arte/Cidade (1984 e 2002), na 2ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, Porto Alegre (RS) in 2001, Emoção Art.Ficial (2002) e Subversão dos Meios (2003) no Instituto Cultural Itaú, São Paulo. Algumas de suas exposições individuais são Projectio na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal (1988); In Absentia (Stretched), Contemporary Current Series no The Queens Museum of Art, New York, USA (1992), Grafias no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP (1996) e To be Continued no NIU Art Museum, Chicago, USA, em 1997. Em 2000 ela recebeu o Prêmio Sérgio Mottta Prize para Arte e Tecnologia e começa 2003 com a exposição ClaraLuz no Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo, premiada pela Associação Paulista de Critica de Arte (APCA-SP). Em 2004 realizou a mosstra In Situ no Centro Cultural São Paulo, e mostrou a obra Derrapagem no Projeto Parede do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). Em 2004 realizou uma instalação para El Cubo, Sala de Arte Público Siqueiros, in Mexico, DF , fez intervenções na fachada do Centro Cultural de España, em Montevideo, Uruguay e no pórtico do Antigo Arsernal, para a Trienal Poligráfica de San Juan, Puerto Rico. Em 2005 fez exposição na Galería Alcuadrado, em Bogotá, Colombia e mostrou o site specific Lumen no Palacio de Cristal, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madrid.

Garfo (Serie Eclipses), 2003


(série Dilatáveis), 1981/2003,alumínio e madeira pintada, 127 x 230 cm



visitem:

quinta-feira, março 01, 2007

Toda a diferença é necessária quando no fundo a essência é a mesma. A carapuça pode ser de qualquer cor, sexo e estilo, mas na verdade pensamos e somos iguais. Podemos vivenciar as coisas de maneira diferente, exterioriza-las de muitas formas diferentes. Com humores e pontos de vistas diferentes. Mas como sempre, lá no fundo a essência é a mesma. Uma verdade quase que empírica se não fosse nossos jeitos tão peculiares que toda a psicologia chamaria de cínica. O tempo não importa muito. O conhecimento tão pouco importa muito. Na verdade, nada importa muito. Só em saber que como sempre lá no fundo existem dois tipos de pessoas; já me conforta. Os idiotas são os únicos que conhecem a felicidade. Esteja certo disso quando souber que a felicidade não existe e sim, momentos. Os iguais a nós, que sofrem, odeiam e amam todos os dias na mesma intensidade se não estiver constantemente esperto, poderá se afogar e nunca sair de lá desse mesmo fundo onde tudo e todos são iguais dentro dessas duas maneiras de ser. Temos de ficar ligado meu amigo. Porque lá em cima esta cheia de merda e aqui já é muito fundo. Os idiotas que conquistaram o mundo não somos nós, pois estamos aqui no fundo onde tudo é muito escuro e sempre fazemos de tudo para nunca deixar passar um fio de luz.