segunda-feira, outubro 30, 2006

Amarrado

Meu corpo queima em desejos
Promíscuos e obscenos
Quando te vejo no quarto
Tirando a roupa bem lenta
Para um ato violento
Esperando de quatro

Violência é amor
Quando o sexo é ruim
E... mal feito de fato
Cheio de dedicação e respeito
Sem tesão e angustiado

A força dos braços meus
Nas partes do corpo seu
Ardendo pelo toque
Das minhas mãos
Cheias de dedos

Amarrado você esta
No sexo alusivo da vida
Violência e sodomia
Dos atos rotineiros

De um mundo marcado
Assim nos encontramos diariamente
ah... fetishismo
pode ser uma foda quase limpa, bem diferente da vida



tomar no cu

Armado de coragem mando o mundo tomar no cu
Escondendo o meu medo de ser reconhecido
Pelos sombrios e famigerados felinos da hipocrisia

Levanto o meu rabo e afio minha língua
Nada escapa aos olhos de minha saliva
Acida pela estupidez que você fez
Lisérgica pelo idiota que você é
Nociva pelo ser que você me transformou

Dotado de insensatez convenço o mundo
A tomar no cu mais vezes que posso mandar
Depois te dou um beijo e um abraço
Acabo no final dizendo que te amo

Somente para te ver tomar no cu

quinta-feira, outubro 26, 2006

Juventude marginalmente doce

Juventude marginalmente doce
Sabor de geléia de morango
No meio do pentagrama
Sentado e chocando
Sete velas pretas e Sete velas vermelhas
Muitas outras velas em outros dias
O que a ave faz e a galinha não?
Voa, tiro para tudo que é lado
Corre filho da puta corre porra
Pudim, loco, gordo, porcaria e...
Maconha pra caralho!
Carregando sacolas de lixo
Cantando Ramones
Cheirando benzina
Desprezando a vida
Na bica um montão de gente
Tapa na cara no dia da fazendinha
E o Jimmy Cliff roubou os óculos do Ozzy
Ao som de Painkiller e Bete Balanço
Satanás esta convosco capetinha
Cheirador de pó sem um pelo no nariz
A porta do inferno estremeceu
Quando o senador Kelly roubou os ossos
Nossas almas foram condenadas
A serem eternamente jovens
Como o som dos Stooges
Como um verdadeiro idiota

Pensando nos 15 anos que não voltam

quarta-feira, outubro 25, 2006

 Posted by Picasa

u christ 'n moi

Vida porque te quero, destruir, construir, repartir
Em algo sincero, quero a vida que não tenho
Conhece? Aquilo que os alienados tem
Que sorriem e bailam sobre os mesmos efeitos
Daquilo que o mundo acredita o destroi.
Droga de vida, que limata-me os prazeres
Para não encontrarme com ...
Deus!!!Conhece? Aquilo que os alienados tem
Que os fazem esquecer da pobreza;
Espirito podre pela força da crença.
Poder agraciado a todos pela natureza
Santa Hipocrisia, Gaia Hermafrodita
Conheço? Aquilo que os alienados
Que estuprados pelo
Todo Poderoso que os cagou não mostrou
Sanidade é para poucos
Onde se há consciencia
Amar a vida é para tolos
Alienados pela vagina divina
Comida pelos deuses das esquinas.
Morte porque te quero, construir, aproximar e repartir
Com todos que amo, quero a morte do mundo
Podre ignorancia do culto a graça
Divino vinho,é bom e entorpece - o
Anus cruxificado da sociedade sem raça.
Droga de morte, que brinca em meus prazeres
Venha de fato quando tiver de vir
Deixa-me viver; a destruição e o prazer
Conhece? Aquela mesma que os alienados
Festejam ao enterro do HOMEM!!!
Da lei
Da fé
De pé
De quatro
No rabo
No teu
No meu
No vosso
Deus!!!
Conhece?
Alienados!!!
Gaia Hermafrodita
Santa Hipocrisia
Vida perdida
Graças a morte
Da Puta mãe
Camuflada
Espito Santo
Cajado de Netuno
Trindade enganada
Pelos SantosHomens
Insanidade é para muitos
Afinal, Deus é unico
Alienado quero ser
Construir, Destruir
Morrer até viver
09/04

Cuando podrás?

Estoy, acá solito a mirar por la ventana
¿Cuándo podrás volver?
Aguardo su llegada en enero
Espero por vos en el verano
Abajo los 40 grados
Cerca de la playa y del futuro
Podría ser con vos
Basta querer
Pero no ha hablado nada conmigo
Ha dicho_ José como te quiero.
Bien en la verdad
Te quiero mucho mas
He olvidado de todo colgado del mondo

Y siempre pensando en vos
Como hago ahora para olvidarte
Vos y su sonrisa me encantó
En la primera visita
Me quedo acá a aguantar
No sé se vas a venir
No sé lo que pasará

Pero de cierto voy llorar

Oi, você quer ser meu amigo?


_ Oi, você quer ser meu amigo?
_ Não, mas muito obrigado.
_ De nada.

_ Oi, você quer ser meu amigo?
_ Não!
_ Ah...ok.

_ Oi, você quer ser meu amigo?
_ Você por acaso é louco.
_ Por que? Você não é não?

_ Oi, você quer ser meu amigo?
_ Se manca cara.

_ Oi, e você?
_ Também não, cai fora.

_ Hei, posso ser seu amigo?
_ Também to atrás de um.
_ Mesmo?
_ Mesmo.
_ Legal, podemos ser amigos então.
_ É podemos. Legal, nunca tive um amigo.
_ Não acredito.
_ Porque? Você já teve um?
_ Claro, já tive vários.
_ E porque pergunta a todo mundo se quer ser seu amigo?
_ Não sei.
_ E você não tem mais amigos?
_Tenho sim.
_ Então porque disse que já teve vários.
_ Não sei.
_ É, acho que você parece um cara legal.
_ Você também cara.
_ E que amigos fazem?
_ Não sei.
_ Ué, você não teve vários amigos?E quer ter mais um para quê?
_ Não sei.
_ Ah legal! Porque também quero ser seu amigo e não sei porquê.?

Dedicado a algumas pessoas que eu não sei o porquê de ser amigo.

segunda-feira, outubro 23, 2006

nova solução

Encontrei uma nova solução
Numa noite fria e escura
Vendo corpos explodindo
Enforcados com intestino

A cura é a fuga
O mito é o pico
A morte o destino

Encontrei uma nova solução
Violência, cinísmo , ilusão
Capital, cultura, manipulação
Orgia, dividas e depressão

O prazer virá, então
Com a nova solução
Alienará o mundo
Com controle absoluto

Encontrei uma nova solução
Que levou a dor como a juventude
Foram apagadas as amizades
A morte de uma vida que já foi tarde.

Encontrei uma nova solução
Fixando o olhar, cerrando as mãos
Batendo de frente e caindo no chão
Levantando, levando e injetando.

O mundo é um feijão
Ainda vou te pegar
Não adianta esconder
Já fiz minha escolha.

Jun 7, '06

estranhos

Estranho não é o mundo em que vivemos
Estranhos somos nós tentando ser sendo
Bizarro é ligar o causo a conseqüência
Dos erros meus dos erros teus de todos erros
Nenhum acerto na hora certa nenhum medo
Mundo estranho em sua mente crente e contente
Não tente ser consciente na realidade banguela
Dos fatos sem casos de todos os casos que estão fora de fato
Acerte algo que esteja em sua frente
Armas legumes e salsicha enlatada
Risos, choros, gargalhadas continuam não me dizendo nada.
Tudo pode ter na realidade banguela do Deus caolho
Míope e cariado fedendo a cigarro todo amarelado
Estranho sou eu sendo eu vendo você ser você e todos
Na merda constante perneta flutuante de muletas
Barrigas alimentadas vestindo trapos
Nas ruas fedidas e cagadas por farrapos
Estranhos andando, correndo, falando e vivendo.
Normais e iguais na morte e na fome
Vagabundos ociosos na praia segunda feira
Pedalando de sunga azul cruzando ruas no Centro
No táxi cocaína pico com pica maconha recaída
Do outro lado da rua tem muita gente
Estranhos e estranhas são todos iguais
Velha travesti moribunda gorda varicosa
Deixa eu te chupar meu nego
Venha cá garotão
Chupa minha bucetinha e vai pro caralho
Estranho não é o mundo
Estranho é você
Estranho sou eu tentando entender você que tentou me entender
Não conseguiu não consegue nada consegue nada de nada
Quando tudo é possível no mundo banguela do Deus caolha
De pernas curtas e barba tosca encrespada e amarelada
A boca fedida cheia de dentes e outra boca um sorriso
Podre tudo podre e engraçado motivos para piadas
Calados punheteros dominando o mundo
Rabos comidos em banheiros públicos
Jovens e velhos e o pinto menino
Puta de cabeça chata cantarolando irritantemente
Estranhos seres que perambulam pelo dia
Estranhos são seres da noite que nada são
No dia de São João e Santo Antonio muitos balões
Fogo em todo lado céu cheio de fagulhas coloridas

Beleza beleza a morte chega. Pa-pum.

domingo, outubro 22, 2006

No começo tudo é muito chato.
Com o tempo o meio, o meio e o meio são infinitos.
Tudo que termina dá espaço para um novo começo.
Nada pode ter fim quando tudo tem inicio.
A vida é cíclica, tudo gira.
O que esta em cima vai cair sobre você.
Repetirás os gestos de seus pais, ou não.
A musica está tocando. O loop é reflexo do seu cotidiano.
Pode parecer chato como tudo que se dá inicio.
Mas daí vem o meio, progressivo, comprimindo, indo, indo...
De encontro ao infinito, no deleite do meio progressivo.
Atacado por súbitos de cólera. Falha de leitura óptica.
Pensamentos calculados em bits de uma psique valvulada.
Meio ao deleite alienado do meio alucinado esperando.

Nada estará acabado, enquanto o maestro comandar.
E o descontrolado ar harmoniozamente vibrar.

vem comigo


Caminhar por esse lado pode ser muito perigoso cara
Venha para cá andar comigo livre e sem medo
Do lado certo garoto você pode estar
Basta ter coragem e seguir a verdade
O cinza do céu púrpuro ficará
Quando chegar o momento em que nossas almas se libertarem
Por que tem tanto medo?
A vida por si só já nos devora e apavora
E você quer deixar a luz apagada
Ponhamos fogo esquentemos o céu esfriemos o inferno
Na noite do gozo eterno quando corpos são como furacões
A terra estremecerá quando olhos se encontrarem
A verdade pode se chamar amor
Dependerá de você e eu ...
Preso sofrendo enquanto nada acontece
A angustia que precede as chamas que derreterão
O gelo bruto da hipocrisia das bocas inquietas
Enquanto fingimos que nada existe
Escondidos no submundo do prazer
Errantes seres de o certo querer
Venha comigo fazer a Terra curvar-se a Vênus
Na noite das estrelas apagadas
Perdidas e errantes que não derrubam lagrimas
Venha para cá que juntos atravessaremos o espaço
Ilimitado como a força de nossos corpos
Quando unidos mais forte que um furacão
Tape seus ouvidos
Muitas inverdades e mentiras pressionarão
Essa incerteza errante que te mantém aí
Por que tanto medo?

quarta-feira, outubro 18, 2006

+ 1 dia P!

Os dias andam feios como a fome. O teto acinzentado emana frigidez.
Todos caminham calados cortando o ar úmido e o vento quente.
Parecem pensativos; e isso é muito bom. Pode não ser nada também.
Melancólicos e reflexivos afastados do mundo, esmagados pelo tempo.
Tudo o que se quer é ver um pouco de luz e beleza para disfarçar a tristeza.
Esperando o anoitecer para contemplar as estrelas e sonhar com diamantes.
Mas a noite chega e o teto desaba em todas as pensantes cabeças.
Acentuo de melancolia após tantas tonalidades de cinza.
O que se pode esperar? Basta apenas pensar, pensar e pensar.
E aproveitar para se conhecer melhor e ler muitos livros e pensar.
Ou na boa companhia de Baco seguir e se jogar; mas sempre, pensar.
No final de tudo embriagados de pensamentos; úteis, inúteis, perversos ou nada.
Dormir e evacuar a consciência num sono de tumbas egípcias.

segunda-feira, outubro 16, 2006

O tempo está faminto
Nos devora antes mesmo de chegar
Olhem para o lado
Há falta de tudo, tudo falta
Só nos resta o período

Da regurgitação para respirar.

Longo percurso

O percurso é longo, o caminho dá depressão. A epopéia começa na Vila Militar, onde fuzis são como pipas, ornamentos metálicos bailando no ar. O rebolar das vassouras descontroladas, manipuladas com perfeita técnica por braços negros, cor de jambo, suados, musculosos, chocolates camuflados de oliva, e... para todos os gostos e paladares.
O caminho passa pelo inferno, e a deprê é inevitável. Bastam cinco minutos, é sair da bombomniér Deodoro, subir o viaduto, bater de cara, horrorizado, chocado com o verdadeiro Muquiço, dada a partida para o corredor da morte.
O numero é fatal 393.Três vezes num período de nove meses, você será assaltado todos os dias que possuem números três. Não é cabalístico tampouco engraçado, pode ser puro deboche, mas ao mesmo tempo é real.
Você pode perder a cabeça, um braço, quebrar a perna, ser cortado por estilhaços de vidro quebrado pela pedra ignorante das mãos negras de quinze anos. A mãe, a mulher, o filho, os amigos, teu irmão, minha avó, nada escapa, rola depressão, são quarenta quilômetros.
Pelas tremulas janelas de ruidosos vidros avisto um oceano de tijolos. Há cimento, inacabado, não há uma forma exata, ou há... são muitas formas, quase uma obra expressionista, mas de fato não é... É depressionista !!!
Carros pretos com luzes azuis, pretos com luzes vermelhas, brancos com luzes vermelhas, brancos com luzes azuis e, mais carros... de cor vermelha e furgões de cor amarela. Caveiras, espadas, águias, armas, a morte estampada. A louca sirene que paranóitrifica, azeda o chocolate que já é amargo, bamboleia as coxas inocentes.
Os chocolates da periferia do tabuleiro são amargos, têm calda densa, doce, vermelha como o sangue. O tabuleiro esta cheio, têm chocolate de todos os tipos. Eu sei, você sabe, todo mundo sabe e finge não saber. O centro crê que todos os chocolates periféricos são amargos. Amargos nem todos, marginalizados por completo.
A brincadeira é: _ Quem come mais chocolate amargo?
OBS: tem de deixar o doce recheio de cor vermelha escorrer pela terra.

Rosinhas no Comando, Vermelhos ficam os Amigos. Dos Amigos Terceiros que não seguram o Comando restam contar até três. Sacrificam-se sem saber o que é ser Garotinho.
1-2-3, os chocolates podem vir de qualquer lado da bandeja. No fim serão devorados!!!
Mesmo, colhidos da mesma plantação pelas mãos de seus irmãos, lá na Bahia, negra, mãe, alienada, sofrida, íntima, cheia de alegria.
No caminho dá depressão, há pessoas felizes também. Chocolates alienados, suavizados pelo leite Bahiano. 67 – 69, frango assado, cavalinho, de ladinho, no baile funk, alegria, sexo, putaria, sexo-sexo, pedofilia, falta de companhia. E bombomzinhos saem do fervente caldeirão para o tabuleiro, direto a fornalha da vida. Esses com um tok de pimenta ao seu sabor já amargo. São derretidos pelo sol, antes de chegar à maturidade. Por sorte !!!

ID+1x

É continuarei sempre sonhando em ser um grande artista. Um rock-popstar, um desses escritores antológicos, um artista plástico revolucionário. Mas nunca tive muito talento para nada, a não ser para falar merda e mal dos outros. Se eu fosse um grande artista, queria ser uma estrela cadente marginal ou, uma estrela decadente imortal. Um Bird, um Bill. Gostaria de ver o mundo curvar-se diante da genialidade de minha arrogância estúpida.

Mas tudo que consegui e consigo a cada dia é ser mais respeitado por artistas. Afinal EU sou o maior de todos eles. O maior artista sem talento que conheço.E olha, que eu conheço muitos desses desprovidos de Humanidade que sonham em entrar nessa enorme bolha vácua chamada: artes. Porém, por sorte eu conheço bem o que e quem é matéria de fato. Pois sou um ignorante desprovido de Humanidade um pouco mais esforçado que você.


Agora EU volto para EU reafirmar que EU com toda a prepotência cientifica da artística do meu EU, sou o maior artista sem Talento (HUMANIDADE) que existe. Sou tão grandioso naquilo que faço, que a partir de agora proponho minha falta de tudo como o ícone dessa geração desprovida de tudo. Acho que até a bicha velha dessecada do Andy deve estar se contorcendo no inferno.

A minha falta de talento (humanidade) me faz ser uma pessoa cotidianamente paranóica. Não sei fazer nada bem, nem cantar, nem tocar, muito menos pintar e escrever. Isso deve se dar devido a minha grandiosa racionalidade onde vejo a falta de razão em tudo.A Racionalidade me enlouquece. E se eu tivesse talento o resultado seria o mesmo. Continuaria um louco racional. Porque não se produzem mais loucos de verdade?

Nos últimos anos tivemos uma enorme safra de gente idiota. Idiotas assim como eu; É, cara! Na musica, na literatura, nas artes em geral, no teu dia-dia há idiotas para todos os lados. Seu patrão, sua esposa, seu amigo então nem se fala. Mas a questão toda é saber se divertir com sua estupidez. Seja um idiota assumido assim como EU!
Pelo menos não tenho vergonha de me rotular como um grande idiota. No final de tudo sei que você é ainda muito mais idiota do que EU

sorrisos e gargalhadas não me dizem nada

Andando pela cidade vejo sorrisos de angústia e gargalhadas de desespero por todos os lados. Pessoas são loucas, respiram, comem e dormem. Pessoas tapam olhos e ouvidos, deixam guiar-se pela atormentada estrada gasta da vida. O percurso vai até lá, lá embaixo; consegue ver? É muito escuro; não? Não é um túnel, nem um buraco fundo. É apenas um outro lugar chamado Fim. Enquanto não chegamos lá, vamos nos esquecendo e nos divertindo e fodendo com a psicologia. Não há porque olharmos para trás tão pouco sofrer pelo que já foi feito. Sorrisos atordoados e gargalhadas alienadas estão por toda a periferia da cidade hoje esquecida, que um dia foi referencia de alegria por seus falsos conceitos, sua real beleza e sua encantadora magia; inexplicável, quase fictícia. Braços suados, inchados e cansados com mãos ásperas e calejadas, desenhando sorrisos em faces obesas por excesso de carboidrato. Andando pela cidade vejo sorrisos e gargalhadas por todos os lados e de fato não me dizem nada. São tantos sorrisos e gargalhadas que se confundem na atormentada estrada gasta, esburacada como as nádegas da obesa fofoqueira que fica a espreita na escada, olhando sua vida sorrindo pro nada, falando desgraças e contente de ser crente.

domingo, outubro 15, 2006

O conciliábulo canibalesco concupiscente da vida burguesa alimenta-se viçosamente de gebos proletários; ora nauseabundos ora aprazíveis.

Cuidado com teu rabo!

Exalte-se
infinitamente...

É, é isso aí:


Humanocentrismo Redundante e a Fenomenologia do Absurdo.
O Clube do Ninguém freqüentado por nenhuma pessoa onde não tem nada, está sempre cheio.
Hoje te encontrei lá. E, como sempre estava...Cheio de Tudo!

todo mundo vê...


Você pode achar que está só meio a essa multidão
Esquece-se que somos todos covardes fofoqueiros
Do mesmo jeito que você vê e faz com os outros
Todos olham e te julgam até sua medula óssea
Visão de raios-X é piada perante a cegueira imaculada
Maçonaria suburbana obesa de espreita à surdina
Apoiada nas janelas de alumínio com olhos aquilinos
Simpáticos motoristas de audições felinas
Escutam e repassam histórias quase incrédulas
Ficção aquém da realidade, olhos tudo podem ver
Não adianta achar, realmente crer que pode se esconder
Todo mundo vê, inclusive você, ninguém pára de ver.
Cegos pelo absurdo, surdos pelo medo, mudos jamais.
Você vê, escuta e assim como todos não falam
Poderia ser e fazer, tudo de tudo com todo mundo
Ninguém viu, ninguém vê, todos sabem, inclusive você...

sábado, outubro 14, 2006

Nos momentos de tristeza sempre pensei: quero a morte!
Hoje já não me sinto tão desgostoso quanto antes.
Continuo a achar que tudo é uma merda e que você não vale nada.
Bem, eu tentei mudar. Tentei acreditar que você pudesse ser algo a mais.
Caí na real e descobri que não quero a morte e sim, se possível, te matar.
Mas te matar seria impossível. E querer a morte é uma constante...

Nos momentos de tristeza eu penso: quero a morte!
Quero que o mundo seja um eterno outono.
Quero que as pessoas sejam eternas folhas secas.
Quero a eternidade para a humanidade.
Quero a morte, já!

Nos momentos de tristeza sempre pensei: quando a primavera virá?
Amanhã, sentirei o gosto doce do azedo presente.
Continuarei achando que tudo é uma merda e que você não vale nada.
Mas o tempo será outro. E tentarei acreditar que você possa ser mais.
Caído na real, repetirei quero a morte mil vezes mais.
Para no final de tudo esperar a nova vida chegar.

Amigos pra que te quero...

Todos escutam que amigos são COISAS para se guardar do lado esquerdo do peito. Mas esquecem de dizer que a direção exata é a costas. Amigos são tudo, malas sem alça pendendo para o lado esquerdo, ou (cifose, lordose ESCROTOSE), serrotes, portuguesinhas de Copacabana prestes a abrir seu dedão, vampiros do fim de tarde, a minha sinusite crônica-comica. A pleura negra, a peste branca e sagrada - viva os amigos!
Amigos são: todos loucos! (claro), budistas extremistas, esquerdistas do capital, centristas alternativos, anarco-consumistas, hippies Maria Bonita Extra, fundamentalistas da religião Tolstoianos Maquiavélicos, judeus comedores de carré, cristãos filhos de Omulú, natural-satanistas, vegetarianos do pampa, trabalhadores!!!! (que loucura).
Amigos são adeptos de coisas estanhas e palavras estranhas tais como Jesus, Parvarti, Krishna, Estupaficientes (hehe), Teonanacatle, (Vishnu pra você também, filho da puta!!!), Psilocibina, Iboga, Ayuasca, dioxidrohero de sei lá o que, e... crenças ou sei lá o que mais que se possa dar o nome.
KARMA, DHARMA, pensamentos-vagabundos-magnatas... Merdas e merdas discutidas ao vento do leste que leva tanta besteira até um divã onde tudo no final das contas é culpa da Madre que nos pariu.
Surrupiadores, Drogados, Veados Promíscuos Perversos (quase uma banda de rock), Idiotas Caretas Simpáticos e Honestos (um grupo de pagode), Fashion-dumps (COOL!), Sonhadores sonhadores sonhadores,
Sonhando sonhando sonhando, Riqueza , Glamour, Beleza, Sonhadores sonhando, Pobreza, Igualdade, Camping, Sonhando Sonhadores, Club-balada-vira pó, quebra quebra quebra, TUDO.
Amigos existem poucos. Espécimes em extinção da espécie céfalus humanos, Tão inexistentes que toda podridão existente inveja-os.
Sempre agradeço a algo estranho que não sei dizer o que é, por tê-los.E poder dia após dia, descobrir mais coisa ruim neles. Sorte a minha, por isso. Tenho muitos amigos para isso.

OI MORTE


Um dia desses, eu vi a morte. A vi caminhando sem destino, despreocupada, relaxada. Tão tranqüila tão sossegada e perdida que mais desatenta que ela, só ela mesma.
A morte desceu os sete degraus da escada com seus longos e negros cabelos e sua cara pálida. Atravessou o corredor branco do sanatório, Sá! Vestindo preto e, sorriu para mim. Olhei de cara com a morte e sorri também. No corredor branco há muitas pessoas, mas a morte não olha e nem fala com ninguém. Ela sorri para mim, eu sorrio para ela. Conversamos, rimos, nos abrimos. Constato o quanto à morte é ingênua. Ela é ingênua e pequena. Pequena e infantil. A morte é de boa e do bem. Faz cara de mau para intimidar. Faz pirrélheas de matar. É uma criança perdida e inocente que não sabe o que esperar.
A morte não é um bicho. Ela não é feia, nem é um monstro. Seus sentimentos são sinceros, uma inocência quase maternal. Sua aparência não é das melhores, mas mesmo assim é encantadora. Morte morte morte. Porque tão penoso é para você, Morte morte morte - Entendo essa sua cara. Morte morte morte, és pura e casta num mundo perverso e devasso.
Morte sem trilho, sem brilho, ignorante, virgem, parece até que é triste. Sabe dos baratos da vida. Os baratos que se descobrem com a vida. A VIDA! A Morte morte morte. O que seria da vida sem a morte? (UMA TOTAL INCERTEZA) Mas... O que seria da Morte sem a vida?
Sem graça!!! Não seria isso uma piada. Ah... talvez a mesma merda ou a mesma garantia, de que tudo continuará a mesma merda já garantida.
Alienada e só, vive um mundo próprio, um mundo que não sabe o que é pó.
A morte é saudável, é amiga e é confiável, não é como a vida com seus truques e o moloko em solução injetável. A Morte só não é tão sã quanto parece ser - porque - a morte é honesta e sua presença é fatal. Porém é boba. Uma tonta sem destino. Chega sem saber como chegou e vai sem saber menos ainda. Vai seguindo o caminho em paralelo ao desespero da vida.

Na Rebarba...

_ Olá, O que C ta lendo?
_ Eu to lendo Paul Rabbit.
_ Paul Rabbit é aquele famoso escritor engana trouxa, não é?
_ Ele é o maior do mundo!
_ Sem duvida, a maior bosta do mundo!
_ E o que você gosta de ler?
_ eu? Ahn... Nada.
_ NADA?
_ É isso aí, eu não gosto de ler.
_ E como você fala mal de P.R, c não conhece nada?
_ Eu disse que não gosto de ler.
_ Então, o que você conhece de literatura para falar que P.R é a maior bosta do mundo?
_ Bem... eu apenas não gosto de ler, do mesmo jeito que não gosto de beber e nem de fumar.
_ Você esta debochando de mim!?
_ Na verdade, não estou não.
_ Me diz então o que você curte.
_ Ah! Sim, sim...Eu não curto muita coisa, acho tudo muito chato, sabe.
_ Você não me respondeu ainda.
_ Qual é o seu nome?
_ Anette Vergueiro, e o seu?
_ Jack. É isso aí, meu nome é Jack.
_ E Jack que você faz da vida alem de beber e fumar.
_ Eu escrevo.
_ Escreve???
_ É, é eu escrevo.
_ Mas você disse que não gosta de ler, porque escreve então?
_ É eu realmente não gosto de ler, por isso escrevo.
_ Mas isso não faz o menor sentido.
_ Nem um leitor de Paul Rabbit discutir literatura.
_ Mas se você não gosta de ler...
_ Olha minha querida, eu apenas não gosto de ler. E é fácil compreender isso.
_ Eu não compreendo.
_ É claro você não escreve. Poderia pagar uma bebida para mim.
_ Ah! Já entendi! Escritores não lêem para não serem influenciados.
_ Eu gosto de copiar.
_ Como assim?
_ Todo mundo copia todo mundo e Paul Rabbit é único.
_ Único.
_ Sim.
_ O senhor é louco, cada hora fala uma coisa.
_ É, talvez. Paga mais uma.
_ Beleza, você é louco, mas é interessante.
_ Muitíssimo obrigado, quer trepar comigo?
_ Hahahaha...
_ Então você quer trepar comigo.
_ Você é muito doido, Jack?
_ Porque não gosto de Paul Rabbit e quero te comer.
_ Você não fala sério...
_ Eu sempre falo a sério. Me dá um cigarro aí.
_ Lucky Strike?
_ Ótimo. Você até parece uma boemia.
_ Gosto de ler enquanto tomo uns tragos.
_ Isso vai te matar?
_ O que?
_ Paul Rabbit pode ser fatal a sua vida.
_ Porque não gosta de Paul, Jack?
_ Ele é meu irmão e ele me batia quando éramos crianças.
_ Mentira!
_ Sério.
_ Mas então seu nome não é Jack.
_ Nem Paul é Paul.
_ Assim você é quem me deixa louca.
_ Normal. Quem lê essa bosta e conversa comigo...sempre...
_ Agora eu entendo tudo... você...você...
_ Sim, sim, eu... eu... eu sou um recalcado, porque meu irmão é famoso e, eu... não.
_ Mas o que você escreve, então.
_ Escrevo sobre fodas.
_ FODAS!!!?
_ É, é isso aí, escrevo sobre fodas e me chamo Jack. Pareço um cara legal, não? Então vamos foder.
_ Você me parece bastante interessante e posso te dizer que é um tesão.
_ Só não me diga que sou a cara do meu irmão.ok.
_ No teu carro ou no meu carro.
_ Já viu escritor ter carro.
_ E seu irmão não tem carro!
_ E uma linda casa, três filhos, uma puta disfarçada controlando as finanças, uma vida bem cheia de emoção para um escritor.Definitivamente, meu irmão é um grande homem, porém é um péssimo escritor, não bebe, não fuma e tampouco fode, somente faz filhos com a mesma esposa e escreve essas merdas. Agora, deixamos meu irmão de lado você está com Jack baby.
_ E você sim é um boêmio, um escritor nato, um vagabundo de carteirinha profissional.
_ Assim fico até com vergonha, não me elogie tanto, não viu meu melhor.
_ Uiii.
_ Para a sua casa baby, ou para um motel...não vai querer trepar com as baratas do meu cortiço.
_ Que tesão, você vive num cortiço.
_ Ué, mas você não era fan do Paul Rabbit? Sou apenas um vagabundo boêmio.
_ E eu serei sua puta disfarçada.
_ Pra sua casa baby, tem álcool lá.
_ Uma garrafa de proseco na geladeira, que tal.
_ Fino de mais, para minha grosseria.
_ Com duplo sentido.
_ Posso ligar para meu amigo Mark.
_ O quê?
_ Fazemos um duplo sentido sem igual e bem legal.
_ Não curto grupal.
_ Uma pena, também gosto de levar um pau.
_ Hã?
_ Não se choque, deixa que eu dirijo e você me chupa.ok.


_ Ola, Paul? É Jack...
_ Ola.
_ Ontem comi mais uma fan sua dizendo que era teu irmão.
_ Era gostosa pelo menos.
_ Bem, na verdade sua esposa é melhor.
_ Jack, sem piadas.
_ Eu digo que não brinco. Mas Paul continue escrevendo o que você escreve, sabe que da muito mais credibilidade para gente do gueto.
_ Mesmo?
_ É, é, com certeza.
_ E aí gostou do meu ultimo livro.
_ Sim, muito... Já comi umas cinco...

Nojo

Quando penso nos seres humanos sinto um gosto azedo. Tanto na boca quanto no rabo. Sinto vontade de vomitar até expelir meu fígado, pâncreas, rins, intestino, tudo, tudo saindo pela minha boca num tremendo vomito de desabafo, desespero e liberdade. E quando sair tudo, quando tudo estiver acabo, acabado de fato, sem você, nem ele e muito menos eu, nós humanos continuaremos sendo a mesma merda que somos, bactérias, vermes, um grande erro da biogênese.

Por sorte, minha única e grandessíssima pretensão é saber que todos a minha volta são tão nada quanto eu, muito das vezes um nada maior ainda que um nada já realmente muito grande. Daí, eu penso que entre os nada e os porras nenhuma que respiram e te enchem o saco, eu sou um porra nenhuma do caralho!!!

Pseudo-intelectuais-cabeça-dura, intelectuais-cabeças-mole, Burgueses que abraçam as causas populares são decadentes posers que não conhecem nada da realidade, da real realidade. Não são nem pseudo e tampouco intelectuais, são apenas pervertidos depravados que crêem que Freud foi muito mais que um cheirador pervertido e depravado.
Pobres consumistas iludidos pelo canibalismo do capitalismo suicida. Devorar ou se matar? Favelados felizes, bêbados, fanfarrentos e vagabundos arreganhados, esfolados, e despregados pela grosseira pica chamada sistema.
Classe media consumista iludida pelo canibalismo suicida da alienação seiscentista. Devorar ou se matar? Deixa ser consumido, mastigado, cuspido, regurgitado, defecado pelo sistema que contrariamos e contribuímos para sua pica grosseira se tornar a protagonista dessa pornografia chamada vida.
Burgueses comendo alfafa com tomate seco e mussarela de búfalo de entrada. Cérebro de pobre gratinado com cu cru e erva forte para o prato principal e para a sobremesa, seus filhos banhado de gozo.
Tudo é um nojo, todos são nojentos, as relações são falsas, o sexo é fácil até demais e as drogas estão cada dia mais caras.

topo con dostoiévski

No meu jeito desastrado de ser, sempre ocorre de quebrar, bater, torcer, sujar, abrir, desperdiçar o que deve e principalmente o que não se deve.
Hoje, topei com o dedão do meu pé direito, direto no Dostoievski, que estava lá parado, no centro de todas atenções, em cima do meu tapete, imponente sob uma mera imitação de um Persa, vermelho. Vi que ele não gostou nem um pouco, e muito menos eu. Agora meu dedão se encontra mais roxo que a enxarpe do Little Richard, quase uma cenografia do show do Prince.
Sei que Dostoievski é literatura de cabeção ou somente, mais um iévski nas prateleiras de pseudos-literários fans de Coelhos sejam eles lá quais forem. Só não sabia que russos eram tão duros e grossos a ponto de abrir um tampão no dedão do meu pé. Sabia que eram cabeçudos! Pinguços-revolucionários.A dor foi como escutar A PLACE IN HEAVEN, ou ADIOS NIÑOS, ou uma ópera de Wagner. Intensa, latejante, sufocante, intrigante, radiativamente, Rubra, na ponta da cabeça. Afinal de contas, era Dostoievski.
Trim-trim-trim-trim
Trim-trim-trim-trim

Acordo com o telefone tocando e, numa cólera matinal a primeira palavra que solto é: MERDA. Cansado, suado e irritado atendo telefone:

_ Olá, quem me incomoda!
_ Bom dia Zé, beleza.
_ Não, nem um pouco.Você acaba de me acordar, não consigo pensar, ta um calor do caralho e nem sei quem você é. Quem ta falando afinal?
_ Hei cara, aqui quem fala é o Mario.Lembra de mim?
_ Porra, bicho! Nunca dei meu rabo atrás de nenhum armário, agora me deixa dormir.ok.
_ Não reconhece minha voz.
_ Não!!! Agora, vai tomar no cu porque são as onze da manhã e isso não é hora de adivinhação, mas liga daqui a duas horas seja lá quem for. Tchau.
_ Você não mudou nada cara. Vai lá...
_ Tchau!

Filho da puta!_ pensei. Agora era impossível voltar a dormir. Um calor insuportável e nem chegou o verão. Minha nuca ensopada, o travesseiro parecia uma esponja de tão molhado e a cabeça pesando do rivotril da noite passada. Que Foda!_ pensei. Liguei o computador para ver meus e-mails. Enquanto abro todas as caixas de mensagens vou apertando um baseado. Fumado e apaziguado já consigo raciocinar. Leio os e-mails e respondo alguns, a maioria é merda; sátiras com a política, piadas sem graça, pornografia, todas essas merdas e mais convites para um monte de festas merdas que nunca irei. Enquanto isso ia tentando descobrir quem foi o puto que havia me acordado. Mario? _Mas que Mario? Conheço muita gente mais nenhum Mario, ou não. Ah...poderia ser o Mario que estudou comigo no ginásio. _Será? Mas não falo com ele faz tanto tempo! Bem me restava esperar até o telefone tocar de novo. E quando tocou:

_ Oi!
_ Bom dia, aqui quem fala é Teresa Cristina do Banco...
(pi, pi, pi, pi...).
Bati o telefone na cara sem pensar duas vezes e daí em cinco minutos me toca de novo:

_ Fala!
_ Zé é você?
_ Quem é?
_ Diogo. Irmão quem tem fumo?
_ Hiii, ta osso. Mas liga pro Rafa.
_ Já liguei e ele não atende.
­_ Normal.
_ Se souber de algo, me dá um toque.
_ Tranqüilo, bicho, que vai fazer a noite.
_ Se eu conseguir pegar algo vou ficar por aqui mesmo em casa.
_ Ok. Qualquer coisa passo por aí à noite, valeu.
_ Valeu. Tchau.
_ Tchau.

13:30 e Mario não havia retornado a ligação. Já estava pronto para encarar o longo percurso que teria até chegar ao centro da cidade. Arrumado, chapado e cagado de calor, começo a desligar o computador e a tv. Juntei meus trapos na bolsa de lona e bebi um copo d’água. Quando passo a chave na porta da casa, prestes a sair, toca de novo a merda do telefone, idiotamente voltei para atendê-lo.

_ Olá! Quem fala?
_ Oi Zé já lembrou quem eu sou.
_ Cara você é o Mario que estudou comigo.
_ É cara! Sou sim. Como você ta?
_ Atrasado para sair. Tem como me ligar mais tarde. Aí, desculpa a grosseria de manhã. Mas porra! Você me acordou.
_ To ligado que você odeia ser acordado ainda mais por um telefonema.
_ Não é assim não. É que ontem eu chapei feio.
_ É cara, você não mudou nada mesmo.
_ E você, bicho. Ta careta, não?
_ To sim, ou não.Há-há-há-há. Enchendo a cara como sempre. Há-há-há-há.
_ É véio cada um na sua, né. Então tenho de ir indo, falou.
_ Tranqüilo.
_ Me liga amanhã, mas não liga de manhã porra!
_ Já é! Mas que horas você costuma acordar.
_ Sei lá, só não liga de manhã, ok.
_ Ok. Abraço cara.
_ Abraço.

Bem, passaram-se quinze dias e Mario não me ligou mais. Mas mesmo assim, todas as manhãs têm sempre algum inconveniente disposto a te molestar. Todas as manhãs sendo acordado por merdas oferecendo merdas. Talvez Mario estude ou trabalhe a tarde também.
Sei lá, só sei que ele não me ligou mais. Mario foi meu parceiro na época da escola. Fumou o primeiro baseado comigo, deu o primeiro teco e fomos juntos ver o Deep Purple. Era um cara legal. Hoje eu fico pensando o que poderíamos fazer juntos. Ele foi internado como um louco a um tempão atrás; motivo: amizade com o Zé. É cara, eu enchi meus amigos com um monte de merda, mas eles eram porcarias tão grandes quanto eu. A mãe do Mario que me adorava, passou a me odiar. Era o culpado de todas as merdas de Mario. Bem, ele era e é alcoólatra e eu sou maconheiro e, é isso aí cada um com seu cada um.

Cuidado com teu ouvido...

Se eu pudesse fazer sexo todo dia, toda hora, o tempo todo
Seria uma pessoa muito mais feliz
Se eu pudesse fumar maconha todo dia, toda hora, o tempo todo
A vida seria bem mais tranqüila
Se eu pudesse beber todo dia, toda hora, o tempo todo
Seria uma pessoa talentosa.




Fracassados!!! Somos todos fracassados!
Não nos libertamos, não conhecemos a liberdade
Fracassados!!! Estúpidos fracassados!
Freqüenta analista todo dia
Olhos cansados de um fracassado
Olhando fracassados


Buzina, sirene, automóveis fazem ruídos
Baixo, guitarra, batera
Viadutos e macumbas nas esquinas
Crianças choram e fazem ruídos
Sintetizadores, flauta, trombone
Favelados e playboys fazem ruídos


Televisão me faz ser, como você
Madonna não me faz ser, como você
Coca-Cola não me faz, Coca-Cola já foi
Ideologias mil, geração Zero
Videogames fazem ruídos



Cuidado com teu ouvido...
Cuidado com teu ouvido...