segunda-feira, outubro 16, 2006

sorrisos e gargalhadas não me dizem nada

Andando pela cidade vejo sorrisos de angústia e gargalhadas de desespero por todos os lados. Pessoas são loucas, respiram, comem e dormem. Pessoas tapam olhos e ouvidos, deixam guiar-se pela atormentada estrada gasta da vida. O percurso vai até lá, lá embaixo; consegue ver? É muito escuro; não? Não é um túnel, nem um buraco fundo. É apenas um outro lugar chamado Fim. Enquanto não chegamos lá, vamos nos esquecendo e nos divertindo e fodendo com a psicologia. Não há porque olharmos para trás tão pouco sofrer pelo que já foi feito. Sorrisos atordoados e gargalhadas alienadas estão por toda a periferia da cidade hoje esquecida, que um dia foi referencia de alegria por seus falsos conceitos, sua real beleza e sua encantadora magia; inexplicável, quase fictícia. Braços suados, inchados e cansados com mãos ásperas e calejadas, desenhando sorrisos em faces obesas por excesso de carboidrato. Andando pela cidade vejo sorrisos e gargalhadas por todos os lados e de fato não me dizem nada. São tantos sorrisos e gargalhadas que se confundem na atormentada estrada gasta, esburacada como as nádegas da obesa fofoqueira que fica a espreita na escada, olhando sua vida sorrindo pro nada, falando desgraças e contente de ser crente.

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